No século XVII no bairro Baixo Grande, que era na época mais uma colonia de pescadores, festejava-se São Pedro, Santo Antônio, São João, o Divino Espírito Santo e Nossa Senhora da Conceição, mas não havia ainda uma comunidade religiosa voltada para um padroeiro. Foi então que ocorreram os fatos abaixo descritos.
Segundo narrativa de pessoas idosas do bairro como Dona Filhinha, Júlio Sampaio, Moacir Soares dos Santos, Aurelino de Oliveira Leal, Renor Cardoso , entre outras, por volta do mês de junho de 1917, a pesca estava escassa e as famílias que viviam dela passavam por dificuldades, já que a pesca era o meio de sobrevivência dos moradores do bairro.
Devido a escassez, um pescador, cujo nome ninguém soube precisar, por isso não consta nesta narrativa, fez um pedido a Santo Antônio, pois era véspera do dia 13 de junho, quando comemoramos seus festejos. Pediu ele a intercessão do santo e o milagre aconteceu. A pesca foi farta e as canoas ficaram abarrotadas de tainhas e camarões. A partir desta ocasião sempre no mês de junho a pesca da tainha no bairro passou a ser muito farta motivo que levou os moradores adotar o santo como padroeiro.
As festa religiosa representava a fé da população do Baixo Grande e eram realizadas a princípio por pescadores que habitavam o lugar para agradecer pelos bons resultados obtidos no trabalho da pesca.
Conta-se, ainda, que na década de 20, os recursos médicos em nosso bairro eram precários por isso um senhor chamado Arquimedes Soares dos Santos, morador do Baixo Grande, depois de ver seu filho de nome Moacir Soares dos Santos sofrer um acidente com o pé e, não encontrando o tratamento adequado, temendo que este ficasse com sequelas irreversíveis fez uma promessa à Santo Antônio para que intercedesse pelo menino à Jesus por um milagre prometendo que ao ser atendido construiria uma igreja em homenagem ao santo intercessor, cujas festas já vinham sendo realizadas desde 1917, mesmo sem ter a estrutura física da igreja construída.
Ao receber a graça pedida, cumprir a promessa e com o auxílio de outras pessoas da comunidade que se mobilizaram para construir a Igrejinha que podemos ver na foto abaixo.
A imagem do Santo padroeiro veio de Portugal no início da década de 20, doada por um senhor que se chamava Antônio Vieira e sua esposa dona Alice que eram devotos de Santo Antônio, seguindo os passos de sua família que já era então devota do santo doutor da Igreja.
A festa de Santo Antônio já faz parte do calendário cultural do município de São Pedro da Aldeia.
Apesar da atividade econômica não estar mais voltada primordialmente, como outrora, para a pesca, a população local continua mantendo a tradição cultural do bairro para que se comemore com gratidão a Deus os frutos do trabalho. que devem ser repartidos com os mais necessitados a exemplo de como fazia Santo Antônio.
A fé da população local foi crescendo e com ela a Igreja que teve que ser ampliada. Hoje necessitamos de um espaço muito maior e precisamos ampliá-la novamente, estamos angariando recursos pra que possamos faze-lo o mais rápido possível pois o número de fiéis multiplicou-se nos últimos anos.
A Igreja de Santo Antônio está situada no bairro Baixo Grande na cidade de São Pedro da Aldeia- RJ.
Durante muitos anos pertenceu à paróquia São Pedro Apóstolo passando a pertencer à São João Batista quando esta igreja foi elevada a condição de paróquia.
Abaixo foto de nossa Igreja hoje
Obs.: Todas as informações sobre o histórico da capela de Santo Antônio foram editadas com base em depoimentos orais de pessoas idosas do bairro que contribuíram de forma significativa para a reconstituição dos fatos.